quarta-feira, 1 de julho de 2009

Esticando a corda I

 

Por vezes eu e a Navi gostávamos de esticar a corda ao máximo. A confiança entre os dois era absoluta e o gozo que tínhamos em todas as nossas brindadeiras passava sempre pela nossa cumplicidade e partilha. No momento das brincadeiras em que outras pessoas eram envolvidas nos nossos jogos sexuais, estávamos sempre presentes ou a acompanhar tudo de alguma maneira. Afinal, nestes jogos, as outras pessoas funcionavam como pimenta na nossa relação embora, na altura, o tesão fosse muito grande quando no  momento de gozar com elas.

O homem/mulher é, por natureza e isso sabemos bem, um bicho sempre insatisfeito. Por mais que tenha, nunca é suficiente. Quer sempre experimentar novas sensações. E, no nosso caso, essa verdade mantinha-se.

Um dia, no meio do nosso tesão desenfreado, dissemos um ao outro: “vamos gozar com outras pessoas sem dizermos um ao outro antes. mentimos um ao outro, enganamo-nos mutuamente. por uma noite apenas. só depois de tudo passado contamos um ao outro. se entretanto nos arrependermos, dizemos para parar”. O tesão foi incrivelmente forte. Batemos punhetas a falar sobre tudo isto e não fodemos porque queríamos manter o tesão em alta. Dissemos: “se nos virmos agora, logo não há brincadeira proque o tesão assim a este nível passa já.. Se não nos virmos, já sabemos qual pode ser o resultado. A Navi, a acompanhar o meu tesão disse: “não nos vimos!”. E assim foi.

Era um jogo novo. Como, por momentos, acreditarmos que iria mesmo acontecer e vivermos minutos ou horas com a excitação de que a fantasia era já realidade – o que dava um tesão enorme -  mas, no fundo, sabermos que, no fim, ainda nada daquilo iria acontecer…

Quando nos separámos de seguida e aparentemente mais calmos, as nossas cabeças já estavam num tumulto terrível. A lembrarem o que haviam dito e combinado momentos antes selado com promessa de que iria mesmo acontecer. Só que a vontade aí já tinha diminuído acentuadamente. A ideia de tal coisa poder acontecer sem o tal acompanhamento dos dois assustava já. Mais: a ideia de que, depois, não iríamos estar juntos logo a seguir dificultava ainda mais tudo. Mas nenhum de nós queria “dar o braço a torcer”. Era a tal mistura de sensações fodida, o ter e não ter vontade simultaneamente para tais jogos. Numa das sms que trocámos depois, a Navi disse-me que não iria, mesmo que tivesse vontade, de proferir a tal palavra de interrupção de brincadeira… eu calei-me, nada disse. Continuava a deixar prolongar mais o jogo embora, para mim, já soubesse o resultado final, pelo meu lado. Pelo lado dela, desconfiava. Tem coisas que não necessitam serem ditas e esta era uma delas. Ou seja, nenhum de nós iríamos fazer fosse o que fosse. Não é que a vontade não fosse ou seja grande para uma brincadeira assim mas senti que nesse dia e devido às circunstâncias – não podermos estar juntos logo a seguir – nada iria avante.

Não sei o que ela terá ou não feito. Mas mesmo que tenha gozado, vou ficar bem. É que o ficar fodido é proporcional ao tesão. Por mim, fiquei quietinho. Pode ser que numa outra altura até se possa mesmo brincar assim. Mas por mim, ainda não foi desta! 

E o mais engraçado… é que se ela também não tiver feito nada – como deverá ter acontecido -  vamos ficar muito bem, tesão a manter-se mas também com alguma pena de nada se ter concretizado porque estivemos lá perto e a ideia é de um gozo infinito.  Calculo que a vontade se mantenha e, logo de seguida, vamos voltar ao mesmo… até chegar ao dia…

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