sábado, 28 de fevereiro de 2009

Despertar para a vida

A minha sexual começou sem grandes sobressaltos, passando por todas as fases típicas de um adolescente. Masturbação (prefiro chamar-lhe punhetas), filmes eróticos e porno, fantasias consequentes, olhares furtivos para as meninas, embora com alguma timidez. Nas festinhas de garagem e luzes vermelhas, a insegurança era acentuada e o avançar para o pedido de dança era uma epopeia, com um receio constante da rejeição. Mas quando resultava e a música era para o encosto, as sensações – chamaria tesão – entravam em fúria e o simples toque de perna com perna ou ancas eram uma festa. Masturbações à conta de tais lembranças não eram poucas.

Primeira namorada apareceu na altura certa, talvez pelos 16, e tardes de grande gozo que passávamos em minha casa, sempre na esperança de que ou a empregada saísse ou então se perdesse nas suas actividades na cozinha. A porta era encostada ou mesmo fechada e então beijos e amassos eram contínuos. Foi então que apareceram os primeiros toques nos nossos sexos seguidos de masturbações conjuntas. As primeiras palavras obscenas apareceram. Punhetas! Hummm… que bem que sabia dizer e ouvir, um ao outro, estas primeiras “obscenidades”. A nossa primeira experiência sexual – juntos – aconteceu então e, a partir daí, era sempre em festa. Este namoro durou largos anos mas, talvez já por ter um bichinho cá dentro que me pedia mais – será genético? – comecei a sentir os prazeres de pular a cerca e ter experiências com outras meninas. Ela, não sei se o faria igualmente mas quer-me parecer que não. No fundo, eram descobertas e sede de viver novas sensações que, como consequência, faziam da minha casa de banho e cama confidentes silenciosos das minhas constantes punhetas. Depois desta namorada, tive mais duas fixas, também durante uns anos, e ao mesmo tempo, às quais ia juntando umas tantas outras ocasionais. Na altura, sei que foi mau para estas duas namoradas fixas, assim como para mim, acrescente-se. Foi bem complicado gerir tudo isto.

A minha segurança e auto-confiança iam aumentando gradualmente e sexo sabendo cada vez melhor. Sexo tradicional, puramente físico, ao qual juntava, por vezes, um gostar especial pelas pessoas com quem ia partilhando estas brincadeiras. O sentimento de amor não o recordo agora, se existia ou não. Sei sim que experimentei sentimentos de saudade, ciúme, posse, orgulho, cansaço, tristeza e alegria.

Nestas alturas – adolescência - sentimo-nos um pouco como donos do mundo, esquecendo os sentimentos das outras pessoas. Pelo menos, assim aconteceu comigo e constituia minha principal preocupação como gerir o meu tempo para poder estar com todas. Mentiras e omissões faziam então parte do meu dia-a-dia, o que me confundia a cabeça uma vez que toda a minha educação havia sido ricamente religiosa com os conceitos da igreja perfeitamente enraízados. Claro que falo apenas de namoros, flirts e sexo, quando digo que esquecia os sentimentos de outras pessoas. Em todo o resto, forma de estar no mundo, respeito pelo semelhante e mesmo animais, valores de vida, justiça e igualdade, era uma constante e com que me ia sentindo bem com a maravilhosa herança que depois concluí ter recebido dos meus pais.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Uma vida de pecado…

Por obra e graça de uma força desconhecida, foi dada a esta alma, depois de ter subido aos céus, a possibilidade de poder registar as suas memórias mais pecaminosas num blog, graças às modernas tecnologias que, recentemente, permitiram a introdução do blogger nos domínios do infinito.

Esta alminha, quando na terra, gozou que nem um abade, no campo sexual, tendo, pela sua elasticidade mental e segurança, experimentado de tudo um pouco. Foi um bocado confuso, em determinadas alturas mas racionalizando pensamentos, desejos e emoções numa perspectiva de que tudo pode e deve ser natural no campo do sexo (desde que se goste), foi sendo ultrapassado. A filosofia oriental foi determinante, a partir de determinado período, para toda esta forma de estar e sentir. O resultado… bem… esse, foi francamento positivo…

A dificuldade maior residiu num ponto: o respeito que sempre quis manter pelas parceiras com quem se foi cruzando ao longo da vida, procurando nunca as enganar, mentir, omitir ou afins. Normalmente, conseguia mas, como em tudo, toda a regra tem a sua excepção… aos casos que constituíram as excepções e através desta ponte entre o céu e a terra, deixo e apresento os meus pedidos de desculpas…

Ah! um outro ponto que me lembrei agora. Tinha pensado em escrever estas minhas memórias quando ainda em vivo mas aí, e com receio de que pudesse ser morto antecipamente por alguma das então minhas companheiras, algumas possivelmente tomadas por uma fúria justificada ou não, resolvi não o fazer. Agora, estou a salvo…