Tem coisas que por vezes não dão para serem explicadas. Caminhos turtuosos cerebrais? Talvez.
Hoje foi um dia bem mau. Não tem sido possível estar com a Navi e isso deixa-me sem vontade de nada. Hoje e próximos dias. Mas é para um bem maior e por isso há que aguentar. Supostamente bem disposto. Mas não estava. Ela estava irritadiça, coisa que bem entendia e aceitava com solidariedade. Até eu levava sem ela dar por isso. E senti-me contagiado. Era injusto para comigo? Era sim mas nem todos somos perfeitos. Nem eu sou.
Lembrava-me do último dia em que estivemos juntos, muito recente. Ela tinha tido um jantar com amigos e sabíamos que, depois daquele dia, iríamos ficar uns dias sem nos vermos. Como está a acontecer agora. E apesar disso, quando estivemos juntos depois do jantar e pelas brincadeiras que às vezes temos, ela mandou-me levá-la a casa. De súbito. Quando nos preparávamos para uma foda rápida pois o tempo era pouco. E assim fiz. Perguntou-me se queria e eu, na minha inconsciência, concordei. O jogo iria continuar pouco depois. Só que a coisa correu mal e ficámos cada um para seu lado.
Hoje recordava isto tudo assim como a minha vontade de estar com ela. Por não estar bem, nem queria pensar em sexo. Mas, ao mesmo tempo, veio-me à cabeça as nossas perdições. Fui ouvi-la foder com outros em gravações que temos. Neste caso, ela estava a dar uma foda, pela primeira vez com um fulano. Ouvi-a foder. Gemer. Às tantas, já no fim, ouço o cabrão dizer-me: 2-1. Pelo que se ouviu, a Navi veio-se duas vezes e ele uma. Tinha a ideia que a Navi me tinha dito que não se tinha vindo. Fiquei baralhado. A memória atraiçova-me. Mas, no meu íntimo, desejava que ela se tivesse vindo. Bati punheta. Sem querer. E a querer. Com tesão.
Senti vontade de ouvi-la foder em outras gravações. Passou-me pela cabeça a tusa que me dava ela ir foder com outros e eu a ouvir. A gravar. Num gozo especialmente nosso. Apetecia-me dizer-lhe: “Vai puta! Vai foder com outros para gozarmos. Para gravar e eu ouvir e bater quando não puder estar contigo. A recordar-te. A estar contigo”.
E achei que estava maluco. De todo. Foda-se!
Parei quando já não me podia mexer, sob pena de me vir.
Tem explicação? Não tem. Mas que se foda. Acaba por ser bom e fodido ao mesmo tempo!
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