Ainda a Navi, sim, sempre ela…em momentos mais ou menos fáceis, a Navi ocupava-me sempre os pensamentos; mesmo nos menos fáceis e cujas causas, por vezes, nem tinham explicação. Burrices, diria eu! :) Mesmo que entre nós sempre tivesse havido grande abertura e transparência, por vezes sentiamo-nos incapazes de dialogar. Talvez numa procura de não nos tornarmos chatos um para o outro, tipo inquisidores ou parecido.
Mas tinha uma coisa “engraçada” nestas alturas… os dias, quando nestes estados de limbo, à medida que se iam arrastando, tornavam-se bem mais complicados quando deixávamos, por essa razão, de nos virmos. As tais brincadeiras de que aqui já falei várias vezes, essas paravam o que não quer dizer que não sentíssemos a sua falta. E o tesão ia sempre aumentando, aumentando, aumentando… mas isto apenas porque, na realidade, estávamos sempre bem…
E tinha o presentimento que nos encontrávamos na mesma situação. Só que nos calávamos, um perante o outro, porque nos sentíamos num beco sem saída, à espera que algo acontecesse para descomprimir. Burros os dois pois a tal saída era tão fácil de encontrar…
A propósito ou não, só de recordar estas coisas - a vontade de bater uma com ela, mesmo à distância e com as tais brincadeiras envolvidas, dava, tantas vezes, uma vontade….e quando acontecia, lá voltávamos nós ao céu, de onde nunca havíamos saído…
Entre nós e pelo tempo juntos, a necessidade de provas da transparência, partilha e cumplicidade, um perante o outro, ia-se desvanecendo progressivamente pela segurança que íamos sentindo, aumentando, de dia para dia. Lembro-me uma vez, numa semi brincadeira que fizemos os dois. Eu, a Navi e um outro por quem a Navi sentia um tesão particular. Estávamos os três juntos e, em determinada altura, afastei-me um bocado. Quando voltei e olhei – sem eles terem dado por mim - vi os dois, olhando-se fixamente, muito perto um do outro ou mesmo quase colados, para terminarem num sorriso que se sentia cúmplice em que as palavras eram desnecessárias. Aproximei-me deles como se nada tivesse visto. Esperava que a Navi me dissesse alguma coisa depois. Afinal, todas estas coisas faziam parte dos nossos jogos que, a serem levados para a frente, só funcionariam com a tal partilha excitantemente exaustiva. E, daí, a sustentação de toda uma das vertentes da nossa relação.
Não me disse logo a seguir – já fora da presença dele, como é óbvio – porque não houve grande oportunidade mas sim no dia seguinte. Mas confesso que já estava a começar a ficar bem fodido, até me ter dito… Começava a ter medo de sentir que algo estava a falhar…
Para a Navi, o ter dito não foi nada de especial, de relevante, mas para mim foi e muito. Talvez tenha sido mesmo uma das situações mais relevantes mesmo. Por eu, mais uma vez, constatar que me disse algo que a Navi pensava que eu não tinha visto.
E é com estes pequenos grandes tijolos que se vai construindo uma relação à prova de tudo… e em que Tudo (sim, repito o Tudo) é possível…
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